8.3.17

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA - 3 de maio, Mesão Frio


Olá caro(a) participante,
A organização da Fase Regional CIM Douro do Concurso Nacional de Leitura 2017 vem dar-te os parabéns pelo teu trajeto neste evento, a para de todos os colegas participantes: na realidade já são todos verdadeiros CAMPEÕES DA LEITURA.
Como é do teu conhecimento esta fase irá decorrer no próximo dia 3 de maio na bonita vila de Mesão Frio, Portas do Douro; como anfitriões contamos proporcionar-te uma grande festa e receber da tua parte entusiasmo e alegria com a tua participação.
Nota muito importante: para além das áreas onde mostrarás as tuas capacidades – oralidade, leitura, escrita – o Concurso Nacional de Leitura é mais uma oportunidade que tens para conviver e festejar o prazer da LEITURA.
Vamos agora fornecer-te algumas normas e informações para que estejas o mais bem preparado possível para a prova. Continuação de Boas leituras!

Preâmbulo
O Plano Nacional da Leitura (PNL) em pareceria com a Direção- Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas Escolares, e em articulação com a RTP, promove, no ano letivo de 2016 – 2017, a 11ª edição do Concurso Nacional de Leitura (CNL).
O presente documento estabelece as regras gerais da Fase Regional do CNL 2016/ 2017 da CIM Douro, cuja entidade organizadora convidada foi, no presente ano, a Biblioteca Municipal de Mesão Frio.
Artigo 1º
OBJETIVOS
Os principais objetivos do CNL são a promoção do gosto pela leitura entre os jovens; o conhecimento de autores de diversas gerações e de diferentes estilos literários, num encontro que pretende ser uma grande festa do livro e de convívio salutar entre todos os participantes em torno da leitura.
Artigo 2º
CONDIÇÕES GERAIS DA PARTICIPAÇÃO
A participação no CLN está aberta aos alunos do 3º ciclo do ensino básico e do ensino secundário apurados na 1ª fase do CNL.
Artigo 3º
OBRAS A CONCURSO
As obras selecionadas para a prova escrita são as seguintes:
3.º CICLO
●”Vamos Comprar um Poeta” de Afonso Cruz, Editorial Caminho
● “O Rapaz do Caixote de Madeira” de Leon Leyson, Marilyn J. Harran, Elisabeth B. Leyson, Editorial Presença
SECUNDÁRIO
●”Ana de Londres de Cristina Carvalho”, Ilustração de Manuel San – Payo, Parsifal Editora
● “O Senhor Ibrahim e as Flores do Alcorão” de Eric – Emmanuel Schmitt, Marcador Editora
Artigo 4º
DIA E LOCAL DA PROVA
A Fase Regional CIM Douro do Concurso Nacional de Leitura 2017 irá realizar-se em Mesão Frio, no próximo dia 3 de maio. O local da realização das provas será na Biblioteca Municipal de Mesão Frio, sita na Av. Nova, nº 506.
Artigo 5º
CONSTITUIÇÃO DO JÚRI
O júri da Fase Regional da CIM Douro do Concurso Nacional de Leitura 2017 é constituído pelos seguintes elementos:
Presidente: Cristina Isabel de Almeida Guedes Major, Vereadora da Cultura do Município de Mesão Frio
Vogal: Agostinho Costa Diniz Gomes, Professor na Universidade de Trás- os- Montes e Alto Douro Vogal: Fernando Seara, Diretor do Museu do Douro.
O júri é soberano, não cabendo recurso das suas decisões. Qualquer caso omisso neste documento será resolvido pela organização (Biblioteca Municipal De Mesão Frio, DGLAB e PNL) e júri, havendo ainda a possibilidade do envio de sugestão e/ou reclamação por escrito para o seguinte endereço: vera.oliveira@glab.gov.pt
Artigo 6º
DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DE FILMAGENS
Será enviada às escolas participantes, por correio eletrónico, a Declaração de Autorização de Filmagens, para assinatura pelo Encarregado de Educação de cada participante, ou pelo próprio caso tenha mais de 18 anos.
No dia das provas cada participante deve ser portador de um documento de identificação pessoal e trazer a Declaração de Autorização de Filmagens devidamente preenchida e assinada. Quem não a trouxer deverá evitar expor-se, não sendo filmado nem entrevistado.
Artigo 7º
PRÉMIOS E CERTIFICADOS
Todos os participantes receberão certificados de participação individuais e por escola, sendo também atribuídos certificados com a classificação aos alunos vencedores. Serão atribuídos prémios aos três primeiros participantes de cada nível de ensino a concurso.
Artigo 8º
PROCESSO DE APURAMENTO DOS FINALISTAS
O apuramento dos finalistas para a Fase Final do Concurso Nacional de Leitura 2017 resultará da avaliação obtida em duas provas:
- Prova Escrita, de caráter eliminatório, que apurará para a etapa seguinte (Prova Oral) os cinco participantes melhor classificados em cada um dos níveis de ensino;
- Prova Oral, com componentes de declamação e de argumentação.
A pontuação obtida pelos concorrentes apurados na Prova Escrita será adicionada às pontuações obtidas nas componentes da Prova Oral, de que resultará a ordenação final.
Em caso de empate na Prova Escrita o desempate será decidido pelo tempo despendido na realização da mesma.
Realizadas as Provas Escrita e Oral (nas suas duas componentes) caso se venha a verificar um empate entre finalistas, o desempate será decidido mediante a
apresentação oral das principais ideias apresentadas na questão de desenvolvimento da Prova Escrita pelos participantes.
O participante mais pontuado em cada nível de ensino é apurado para a Fase Final do Concurso Nacional de Leitura 2017, em representação da CIM Douro, sendo considerados suplentes os participantes classificados em 2º e 3º lugares.
Artigo 9º
PROVA ESCRITA
A Prova Escrita será constituída por 20 questões de resposta obrigatória e de escolha múltipla versando o conteúdo das obras selecionadas para cada nível de ensino, e por uma questão de desenvolvimento (de entre as 2 propostas apresentadas, o participante deverá escolher somente 1), sendo que a resposta é limitada às linhas disponíveis no enunciado.
A Prova Escrita terá a duração máxima de 30 minutos, sem tolerância, e deve ser realizada em silêncio. É expressamente proibido o uso de qualquer aparelho eletrónico durante a Prova Escrita.
Concluída a Prova Escrita, os participantes deverão entregá-la à pessoa que lhes for previamente indicada para o efeito, onde será registada a hora de entrega da prova.
No local da Prova Escrita apenas será permitida a presença dos participantes e dos membros da organização destacados para o efeito.
Artigo 10º
PROVA ORAL
A Prova Oral é constituída por duas componentes: Declamação e Argumentação.
Para a componente de Declamação são disponibilizados 5 poemas para cada nível de ensino, sendo que cada participante deverá selecionar e memorizar 1 (um) dos poemas.
O júri, para a prova de Declamação, terá como principais critérios de avaliação:
- Adequação dramática: avaliação da proporcionalidade, da relação e da importância dada ao conteúdo vs dramatização.
- Presença física: avaliação da postura, confiança demonstrada, relação com a assistência.
- Voz e articulação: avaliação da projeção da voz, do ritmo e entoação.
- Compreensão e complexidade: avaliação de variantes do poema (mensagens, ironias, tons de voz); avaliação do grau de ligação do conteúdo, com a linguagem e sua dimensão entre o participante e o poema.
- Rigor: avaliação de incorreções na forma e/ou conteúdo.
NOTA: Aos participantes será permitido levar para palco o texto do poema, a que poderão recorrer caso se manifeste necessário. O júri terá em conta este aspeto na sua avaliação.
POEMAS SELECIONADOS PARA O 3.º CICLO
- SER POETA, de Florbela Espanca, In Sonetos
- IMPRESSÃO DIGITAL, António Gedeão, In Obra Completa
- A PAZ SEM VENCEDOR E SEM VENCIDOS, Sophia de Mello Breyner Andresen, In 'Dual'
- AQUELA NUVEM, José Gomes Ferreira, In Poeta Militante II
-A MINHA DOR, Domingos Monteiro, In “Nau Errante”
POEMAS SELECIONADOS PARA O SECUNDÁRIO
- O PALÁCIO DA VENTURA, Antero de Quental, In Sonetos
- AS MÃOS, Manuel Alegre, In O Canto e as Armas
- SEGUE O TEU DESTINO, Ricardo Reis, in "Odes"
- SÍSIFO, Miguel Torga, In Diário XIII.
-SINFONIA DA PRIMAVERA, Domingos Monteiro, In “Evasão”
Para a componente de Argumentação são disponibilizados aos participantes, dos dois
níveis de ensino, 5 grandes ideias, das quais cada participante selecionará 1 para realização da sua prova, podendo, ou não, relacionar a sua prestação com as obras lidas.
Os critérios de apresentação para a componente de Argumentação são os seguintes:
- Duração máxima de 3 (três) minutos;
- Não é permitido o uso de adereços de género algum (som, imagem, instrumentos,
etc.).
NOTA: O não cumprimento de um dos critérios de apresentação acima mencionados
implica a desqualificação do participante.
Os critérios de avaliação para a componente de Argumentação são os seguintes:
- Estrutura e dinâmica na exposição;
- Correção e clareza na linguagem utilizada;
- Qualidade da informação prestada;
- Grau de envolvimento com a assistência.
Para os dois níveis de ensino as 5 grandes ideias da componente de Argumentação para apresentação são:
- EMIGRAÇÃO;
- DISCRIMINAÇÃO E PRECONCEITO;
- EDUCAÇÃO E CIDADANIA;
- VIOLÊNCIA NO NAMORO;
- LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

SER POETA
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca, In Sonetos

IMPRESSÃO DIGITAL
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros, gnomos e fadas
num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.
António Gedeão, In Obra Completa

A PAZ SEM VENCEDOR E SEM VENCIDOS
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Sophia de Mello Breyner Andresen, In 'Dual'

AQUELA NUVEM
Aquela nuvem
parece um cavalo...
Ah! se eu pudesse montá-lo!
Aquela?
Mas já não é um cavalo,
é uma barca à vela.
Não faz mal.
Queria embarcar nela.
Aquela?
Mas já não é um navio,
é uma Torre Amarela
a vogar no frio
onde encerraram uma donzela.
Não faz mal.
Quero ter asas
para a espreitar da janela.
Vá, lancem-me no mar
donde voam as nuvens
para ir numa delas
tomar mil formas
com sabor a sal
– labirinto de sombras e de cisnes
no céu de água-sol-vento-luz concreto e irreal...
José Gomes Ferreira, In Poeta Militante II,

A MINHA DOR
Meu enorme tormento, a minha mágoa
Nem eu mesmo talvez a sei dizer.
Sabe lá uma fonte onde nasce água
A razão porque a água está a correr…
A minha dor contra o meu peito esmago-a,
Talvez um dia a possa adormecer.
A sina de poeta, ó Deus, eu pago-a
Com os meus versos, meu modo de sofrer.
Rosário de aflições, temores, presságios!
Minh´alma é um mar com brumas e naufrágios…
- Ninguém pode medir o fundo ao mar.
O meu tormento, mas que horror, não cessa.
- Saber a gente aonde a Dor começa,
E jamais onde a Dor vai terminar! –
Domingos Monteiro, In “ Nau Errante”

O PALÁCIO DA VENTURA
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado
Abri-vos, portas d’ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d’ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só cheio de dor,
Silêncio e escuridão – e nada mais!
Antero de Quental, In Sonetos

AS MÃOS
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, In O Canto e as Armas

SEGUE O TEU DESTINO
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nos queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis, in "Odes"

SÍSIFO
Recomeça....
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...
Miguel Torga, In Diário XIII.

SINFONIA DA PRIMAVERA
E a Primavera trouxe-me andorinhas…
Seu beijo casto me entontece e acalma…
E esta noite sonhei que tu que vinhas
Na Primavera, em sua própria alma!
Em seus bíblicos pés sangram papoulas,
Acordam rosas seus olhares magnéticos,
E até – repara amor! – gemem as rolas
Nas ramarias dos pinhais proféticos!
Só me interessa o que os outros não disseram,
A vida obscura que se desconhece,
Velas que ao mar um dia se fizeram
Sem que ao porto, jamais, uma viesse!
Olhares vagos, confusos pensamentos
De inapreensível, misteriosa lida,
E certas sensações, certos momentos
Que são a Vida para além da vida…
A acção nunca me atrai, acho-a mesquinha…
Mover-me para quê? Basta pensar…
Um pensamento meu, quisesse e vinha
Aquela estrela para o teu olhar…
Domingos Monteiro, In “Evasão”

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